sexta-feira, 17 de julho de 2009

A HISTÓRIA DO PERFUME.


O perfume é uma mistura de óleos essenciais aromáticos, álcool e agua, utilizado para proporcionar um agradável e duradouro aroma a diferentes objetos, principalmente, ao corpo humano.
Os óleos essenciais são obtidos por destilação de flores, plantas e ervas, tais como a lavanda (alfazema), rosas, jasmim, sândalo, frutas cítricas, bergamota etc. O perfume de jasmim se obtem através de um processo chamado "enfleurage", que consiste em impregnar as substâncias aromáticas em cera e depois extrair o óleo com álcool. Também são utilizados compostos químicos aromáticos.
Os fixadores que aglutinam as diversas fragrâncias incluem bálsamos, âmbar cinzento e secreções glandulares de civetas e cervos almiscarados. Estas secreções sem diluir tem um odor desagradável, porém em solução alcoólica atuam como conservantes. Atualmente, estes animais estão protegidos em muitos países, por isso, os fabricantes utilizam almiscares sintéticos.
A quantidade de álcool depende do tipo de perfume que se quer obter. Normalmente, a mistura deixa-se envelhecer por um ano.
História


Vários recipientes para acomodar perfumes.
A arte da elaboração do perfume nasceu no Egito, e transpuseram os limites dos tempos e das pirâmides, e se transformaram em um acessório apreciado pelos ricos mortais, ao invés de ser privilégio unicamente dos deuses e dos mortos; assim, os sacerdotes aos poucos transformaram seus templos em autênticos laboratórios de " Perfumes Artesanais ". Por volta de 2000 a.C., os primeiros clientes foram os faraós e os membros importantes da corte; logo, o uso do perfume se difundiu; trazendo um agradável toque de frescor ao clima quente e árido do Egito.
A necessidade de contar com essências refrescantes tornou-se tão fundamental que a primeira greve da história da humanidade foi protagonizada em 1330 a.C. pelos soldados do faraó Seti I, que parara de fornecer unguentos aromáticos. Pouco depois (1300 a.C.), coube ao faraó Ramsés II enfrentar uma revolta de peões em Tebas, que estavam indignados com a escassez de rações de comida e de unguentos.
Os egípcios cuidavam muito de sua higiene pessoal, tinham hábito de lavar-se ao acordar, e também antes e depois das principais refeições; além de água, usavam uma pasta de argila e cinzas, a suabu, que era uma espécie precursora do atual sabonete; a seguir, friccionavam o corpo com incenso perfumado.
O químico árabe, Al-Kindi (Alkindus), escreveu no século IX um livro sobre perfumes chamado Livro da Química de Perfumes e Destilados. Ele continha centenas de receitas de óleos de fragrâncias, salves, águas aromáticas e substitutos ou imitações para droga caras. O livro também descrevia cento e sete métodos e receitas para a perfumaria, inclusive alguns dos instrumentos usados na produção de perfumes ainda levam nomes árabe, como alambique, por exemplo.
Os medico e químico persas Muslim e Avicenna (também conhecido como Ibn Sina) introduziram o processo de extração de óleos de flores através da destilação, o processo mais comumente utilizado hoje em dia. Seus primeiros experimentos foram com as rosas. Até eles descobrirem, perfumes líquidos eram feitos de mistura de óleo e ervas ou pétalas amassadas que resultavam numa mistura forte. A água de rosas era mais delicada, e logo tornou-se popular. Ambos os ingredientes experimentais e a tecnologia da destilação influenciaram a perfumaria ocidental e desenvolvimentos científicos, principalmente na química.
A partir da Espanha foi introduzido em toda a Europa durante o Renascimento. Foi na França, a partir do século XIV, onde se cultivavam flores, que ocorreu o grande desenvolvimento da perfumaria, permanecendo desde então como o centro europeu de pesquisas e comércio de perfumes.
Classificação pela Concentração
A concentração de uma fragrância pode ser classificada de acordo com a quantidade de óleos aromáticos diluídos em um solvente (mais comumente etanol e água):
· Parfum (extrato de perfume): a forma mais concentrada, entre 20%-40% (~25%) de compostos aromáticos (essência).
· Eau de parfum EdP (deo perfume): varia de 12-18% (~15%) de compostos aromáticos (essência).
· Eau de toilette EdT: 8-14% (~10%)de compostos aromáticos (essência).
· Eau de cologne EdC (deo colônia): 3-7% (~5%), baixa concentração de essências (essência).
· Splash Perfumes EdS: ~1% de compostos aromáticos (essência).
Fórmulas Básicas
Parfum álcool de cereais (95%Vol Etanol): 64% propilenoglicol: 3% água deionizada: 8% a 12% essência: 20 a 40% (~25%)
Eau de parfum álcool de cereais (95%Vol Etanol): 75% propilenoglicol: 2% água deionizada: 8% a 12% essência: 12 a 18% (~15%)
Eau de toilette álcool de cereais (95%Vol Etanol): 80% propilenoglicol: 2% água deionizada: 8% a 12% essência: 8% a 14% (~10%)
Eau de cologne álcool de cereais (95%Vol Etanol): 85% propilenoglicol: 2% água deionizada: 8% a 12% essência: 3 a 7% (~5%)
Splash Perfumes' álcool de cereais (95%Vol Etanol): 85% propilenoglicol: 2% água deionizada: 8% a 12% essência: ~1%


Principais Famílias Olfativas
As fragrâncias classificam-se em:
Cítricos Florais: quando utilizam matérias-primas extraídas de cascas de frutas tais como lima, limão, laranja, pomelo, tangerina, mandarina, entre outras. Também denominam-se "frutados".
Florais Aldeídos: a matéria prima é extraída das flores naturais ou desenvolvida sinteticamente em laboratórios. As notas tem caráter delicado, sutil e discreto.
Fougère: elaborado a partir de matérias-primas leves e frescas, normalmente extraídas de madeira, por isso são conhecidos como amadeirados, e a elas se juntam a mistura de álcoois, tubérculos e raízes. São muito utilizados em fragrâncias masculinas.
Chipre Florais: fabricados com matérias-primas advindas de musgos, normalmente do carvalho. São os perfumes mais clássicos e sofisticados.
Orientais Florais: suas misturas são constituídas normalmente das tuberosas, baunilha, patchouly, ylang ylang. Inspiram sofisticação, são marcantes, misteriosos e super sensuais.
Couros Secos: fragrâncias extremamente secas, com características dominantes. Suas matérias primas são extraídas do tabaco, de madeiras, couros, musgos etc.
Aldeídos Florais: geralmente são misturas sintéticas, também usadas nos perfumes muito clássicos e sofisticados. Possuem um certo frescor inicial característico e picante.
Aromáticos Secos e Frutados: são misturas de secos e frutados, que criam uma fragrância híbrida. Geralmente usam condimentos como cominho, estragão e manjericão, além de especiarias como o cravo, canela, noz-moscada e até mesmo a pimenta.
A magia dos cheiros
Antigamente, o sistema límbico era chamado de cérebro das emoções. Quando estamos muito tensos e nervosos, um aroma de lavanda é capaz de nos relaxar e nos induzir ao sono, ajudando em casos de insônia. Quando estamos apáticos, deprimidos, infelizes, o aroma de bergamota pode ajudar na recuperação. Aromas de limão, vetiver, eucalipto e alecrim melhoram a concentração, sendo que o de alecrim alivia também o cansaço.
Aplicação no corpo
Ao aplicar-se o perfume sobre a pele, o calor do corpo evapora o álcool rapidamente deixando as substâncias aromáticas, que se dissipam gradualmente durante várias horas. Por isso, o perfume é aplicado nas partes mais quentes do corpo como pulso, nuca e atrás das orelhas.
Divisão da Fragrância
Diante de tanta diversidade, pode ser difícil escolher a fragrância que combina melhor com você. Por isso, sabendo algo mais antes da vendedora lhe oferecer uma porção de papeizinhos borrifados, sua chance de acertar na compra aumentará muito. Um perfume é resultado de uma média de 75 a 200 essências. Por essa razão, ele é composto por notas de cabeça, notas de coração e notas de fundo, que é mais ou menos como o cheiro dividido em etapas. Isso porque cada nota tem o seu tempo de evaporação e, portanto, de duração na pele. São elas:
Notas de cabeça: é a primeira impressão que se tem do perfume. Como as moléculas são menores, em menos de três minutos, elas evaporam.
Notas de coração: é o verdadeiro cheiro do perfume e se mantém na pele de cinco a oito horas.
Notas de fundo: as notas que dão corpo ao perfume. Feitas a partir de moléculas mais pesadas, elas são as últimas a irem embora, durando até vinte e quatro horas.